O deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN) será investigado após um
empresário que prestou serviços à sua campanha à Prefeitura de Natal,
em 2012, admitir à Polícia Federal que o parlamentar tem com ele uma
dívida de R$ 1 milhão referente ao pleito. O inquérito foi instaurado pelo ministro Gilmar Mendes.
Domingos Sávio da Costa Souza foi um dos alvos da Operação
Manus, deflagrada em julho de 2017, que prendeu o ex-presidente da
Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB). O peemedebista é acusado de propinas, por meio de caixa dois, oriundas de desvios de R$ 77 milhões equivalentes ao sobrepreço na construção da Arena das Dunas – uma das obras para a Copa do Mundo de 2014.
O empresário tem três empresas que ficam em um mesmo endereço na rua da Saudade, em Natal, e prestaram serviços no valor de R$ 4,9 milhões a Henrique Alves na campanha de 2014 ao governo estadual do Rio Grande do Norte. Os endereços foram alvo de busca e apreensão.
Enquanto vasculhava os imóveis em busca de provas contra Henrique
Alves, a PF encontrou arquivos que citam a campanha de Rogério Marinho à
Prefeitura de Natal, em 2012.
Os investigadores apontaram, em relatório que, em um dos arquivos apreendidos, constam gastos de R$ 1,9 milhão
’em espécie’ e ‘oficiais’ da campanha de Marinho com uma das empresas
de Domingos. Segundo o TSE, naquele ano, foram registrados apenas R$ 499 mil.
O empresário foi chamado para depor e ‘disse que Rogério Marinho lhe
deve um milhão e meio de reais em razão dos serviços prestados na
campanha eleitoral de 2012’. “Ele confirmou então que houve prestação de
serviços na campanha, parte do qual não foi pago”, relata a PF.
Questionado pelos investigadores sobre ‘quem efetuava os pagamentos
em espécie na campanha eleitoral de Rogério Marinho’, Domingos respondeu
que ’em parte era Emilson, ex-vereador e assessor do candidato’.
A PF destaca, em relatório, que Emilson Medeiros dos Santos e
Washington Cavalcanti Dias, apontados por operar para Marinho, são
assessores do deputado, que teve mandato de suplente na Câmara na
legislatura de 2011 a 2015.
“Nesse contexto, há de se apurar a origem dos recursos de “Caixa 2″
utilizados por Rogério Marinho, esclarecer se a percepção dos valores
guarda relação com o exercício do mandato e, também, se houve utilização
de terceiros para movimentar recursos de origem criminosa, fatos
típicos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, afirma a PF.
Ao instaurar o inquérito, no dia 2 de março, o ministro Gilmar Mendes
disse ver ‘elementos suficientes portanto, a instauração do
investigações para corroborar a suspeita’.
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