8 de maio de 2015

Sozinho, o otimismo de Robinson Faria jamais tirará o RN do fundo do poço


Foto: DivulgaçãoQuando, no dia 6 do corrente, publicamos neste Portal do JH o comentário “Até quando resistirá o otimismo de Robinson?”, outra não foi nossa intenção senão a de mostrar que – diante do quadro de indicadores econômicos negativos que se consolida no Rio Grande do Norte – o governador do Estado não tem motivos reais para confiar, no curto nem no médio prazo, numa possível melhoria da situação administrativa desta unidade da Federação.
Portanto, o otimismo que Robinson Faria sempre tem externado nas entrevistas e o tom confiante com que aborda os problemas enfrentados nesses primeiros quatro meses de seu Governo devem ser creditados não ao fato de que as coisas estão verdadeiramente sob controle, mas ao seu dever ético de, como líder político e Chefe do Executivo, não poder contribuir, com seu desânimo (ou sentimento de impotência), para agravar essa crise incomensurável herdada dos antecessores que ele não cita os nomes.
Por mais que se procure no atual cenário socioeconômico potiguar números que propiciem otimismo, estes não são encontrados.
No setor primário, por exemplo, mantida pelo quarto ano seguido uma terrível situação de irregularidade climática que não oferece a mínima chance de êxito às atividades agrícolas e pecuárias; e que, pior, compromete e coloca em risco o abastecimento de água de boa parte da população urbana estadual durante os próximos meses, não resta outra expectativa que não seja aguardar que o nosso interior se mantenha na mais completa dependência de programas assistenciais do Governo Federal (isto se Brasília, também vivenciando uma crise de grandes proporções, ainda continuar mostrando fôlego para assumir e dar conta do pesado encargo).
Na área industrial, absolutamente dependente de investimentos externos, sem dispor de infraestrutura, de logística, de mercado consumidor, e sem capacidade de oferecer atrativos diferenciados na concorrência com os demais Estados da região, o Rio Grande do Norte corre hoje, inclusive, o sério risco de perder até a corrida por novos investidores em energia eólica, já que ficamos muito atrasados na implantação de novas subestações e linhas de transmissão, sem as quais a eletricidade gerada em nosso território não poderá entrar no sistema nacional.
Fruto de desacertos e desmandos administrativos que vêm de longe, a economia do Estado se apresenta profundamente deficitária nos dias atuais. Indústrias de base, como o sal, o petróleo, a produção cimenteira, a mineração de ferro, que em alguns instantes se apresentaram promissoras, de repente se envolvem em crises e geram mais desemprego. A construção civil, sob o eterno ciclo da dependência de contratações de obras públicas ou de programas oficiais de crédito (tipo o “Minha Casa, Minha Vida”), vive instabilidades que, vez por outra, resvalam para a quebradeira.
Esta semana o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou pesquisa nacional em que o Rio Grande do Norte aparece, entre os 26 Estados e mais o Distrito Federal, como o líder absoluto em desempregos no país, com uma taxa de 11,5 por cento. Ao lado de números desanimadores como este, também vemos a nossa Capital figurar não entre as cidades mais violentas do país, mas do mundo, com índices de mortandade que superam os de países em guerra, como a Síria e o Iraque.
Pelo que conheço da história do governador Robinson Faria, é muito provável que ele, mesmo ainda demonstrando otimismo e revelando confiança no recebimento de ajuda do Governo Federal para retirar o Rio Grande do Norte do fundo do poço em que se encontra, já esteja em busca de alternativas para enfrentar os enormes desafios jogados sobre os seus ombros.
O otimismo dele, sozinho, jamais será o suficiente.
Matéria do JH

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários postados nas publicações são MODERADOS porem seus conteúdos são de responsabilidade dos autores.