16 de março de 2015

Casa de Gigantes

A senadora Fátima Bezerra auto proclamou-se como sendo a primeira representante do Rio Grande do Norte no Senado Federal, de origem popular.
 
- Menas a verdade.
 
Quarenta anos antes, em plena Ditadura, um feirante, saiu da boléia do seu caminhão carregado de farinha, vindo da feira de Guarabira, na Paraíba, para sua cidade, Currais Novos. Interrompeu a viagem para se transformar no gemido do povo. Ela havia sido convidado pela direção local do MDB para ser candidato, tendo como objetivo impedir que o Estado não tivesse uma eleição de candidato único, uma vez que ninguém duvidava da vitória do deputado Djalma Marinho, um nome nacional, muito respeitado no Congresso, que havia sido ungido pelos generais que tinham o Comando da Nação e inscrito pela ARENA, partido que, quatro anos antes, havia recebido mais de 70% dos votos, embalado pela legenda “Pra Frente Brasil”, para reprsentar o RN no Senado.
 
A eleição de 1974 marcou o inicio do fim do regime militar, que só veio se consumar na década seguinte com a eleição – eleição indireta – de Tancredo Neves, que eleito, não chegou a tomar posse, sobrando para o seu vice, José Sarney. E o ex-feirante do Rio Grande do Norte se transformou em peça importante para a construção da democracia brasileira.
 
Durante a campanha de 1974 foi dito que um “marinheiro tatuado” (naquele tempo eram poucos os que admitiram possuir tatuagem) não poderia representar o Rio Grande do Norte numa “casa de gigantes”. No começo de sua vida ele inscreveu-se na Marinha do Brasil e desse tempo ficou com uma marca no braço, em forma de uma tatuagem...
 
É verdade que, naquela eleição, houve uma verdadeira onda, de norte a sul do País e o partido do Governo terminou derrotado em 18 Estados, com a perda dos favoritos que já se imaginavam eleitos, desde a escolha para o Palácio do Planalto.
 
De todos os vencedores, o maior interesse da imprensa, era com aquele Senador do Rio Grande do Norte, um “marinheiro tatuado” que iria ocupar o lugar do professor Djalma Marinho. E logo no seu primeiro pronunciamento o senador Agenor Maria não se mostrou pequeno na Casa dos Gigantes. Pelo contrário; agigantou-se. Discursando no dia do primeiro pronunciamento do senador Orestes Quércia, de São Paulo, seu correligionário, que havia derrotado Carvalho Pinto (ex-Governador, ex-Ministro da Fazenda, nome cotado para Presidente da República), e para quem estavam direcionados todos os holofotes. Quércia fez um discurso lido e o Senador de origem popular surpreendeu por levar para a tribuna do Senado Federal, temas que ele dominava como feirante. Exibindo pacotes de feijão, farinha e arroz, Agenor Maria mostrou aos gigantes o drama do povo brasileiro que não estava conseguindo levar comida para casa, em razão dos “ajustes econômicos” que o Governo dos militares estava se obrigando a fazer, em relação a segunda crise do petróleo.
 
O Senado – a Casa dos Gigantes – é a Casa dos Estados, onde cada unidade da Federação tem o mesmo peso. Nosso pequeno Rio Grande do Norte tem o mesmo peso de São Paulo. Agenor Maria entendeu isso, e honrou seu mandato defendendo os pontos de vista dos seus eleitores, falando a linguagem do povo em contra ponto os argumentos dos economistas que defendiam os “ajustes econômicos”, um sofisma para esconder o arrocho financeiro na população mais pobre.
 
A senadora Fátima Bezerra tem a mesma origem popular e uma enorme tentação de esquecer que a Casa dos Gigantes é a Casa dos Estados. Se ela, por disciplina partidária, colocar a defesa das medidas de “ajuste econômico” do Governo do seu partido, dificilmente daqui a 40 anos alguém vai lembrar a sua origem popular.
 
 
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Frases e fases
Há 35 anos, o publicitário Carlito Maia, com uma só palavra desenvolveu uma campanha publicitária de lançamento de um novo partido que, na sua fase inicial, se propunha a ser diferente de todos os outros: - oPTei!
Agora, o jornalista Cláudio Tognolli, com uma frase define a fase atual do mesmo partido que luta para parecer igual aos outros: “É impossível escrever corruPTo sem PT”.
 
Arte da guerra
Saber recuar é tão importante como avançar, ensina a arte da guerra. O governador Robinson Faria teve dois recuos providenciais na semana: 1 – Desistiu de comparecer ao ato “em defesa da Petrobrás”, deixando de assumir o fracasso de um movimento restrito à claque junta pelo MST e figurinhas carimbadas do sindicalismo; 2 – Não demitiu os diretores das unidades prisionais, o que era imposto pelos presos.
 
Gol contra
A não realização, este ano,  da Feira Internacional de Fruticultura Tropical Irrigada, Expofruit,  é um gol contra numa das principais alternativas econômicas do Rio Grande do Norte, e uma perda para a cidade de Mossoró. O pessoal do Comitê Executivo da Fruticultura do RN se queixa da falta de apoio do Governo do Estado.
  
From Paraíba
Além da importação de Secretários de Estado da Paraíba, o governador Robinson Faria está conversando para a importação de uma agência de propaganda de lá. Se a idéia prosperar, será a primeira vez que o Governo recorrerá ao talento externo, nos últimos 50 anos, desde quando o RN passou a contar com  empresas especializadas. Pelo o que se escuta no Ponto de 100 Réis, outros paraibanos virão.  
 
Números da delação
A semana terminou com o “repatriamento” de R$ 299 milhões das contas do sr. Pedro Berusco na Suíça, beneficiado pelo programa de Delação Premiada, na Operação Lava a Jato. Aqui no Estado não se sabe se a “Delação Premiada” permitiu a recuperação de nem um centavo do Governo do Estado, ou mesmo evitou um prejuízo na Operação Sinal Fechado. 
Projeto memória
As chamadas redes sociais foram inundadas com um post antigo, do ano passado, do noticiário de nossa Assembléia Legislativa: “Mineiro cobra que Assembléia dê andamento ao impeachment de Rosalba”. Argumento do petista: “O Estado está sendo sucateado, O governo não paga fornecedores, não dá contrapartida para convênios (federais), não cumpre os planos (de carreira) dos servidores. É uma bomba de efeito retardado. O impeachment é uma saída para não aumentar o desmantelo”. Direito de pergunta: Qual a saída para o Brasil de hoje?
 
Comitê reunido
O Instituto Internacional de Física da Universidade Federal vai realizar, a partir desta segunda-feira, a reunião anual do seu Comitê de Assessoramento Internacional, quando serão traçados as diretrizes de projetos para 2016 e avaliados os resultados obtidos no ano passado. A reunião será coordenada pelo professor Itamar Procaccia, de Israel.
 
Ligado na Economia
O Sebrae vai lançar, nesta segunda-feira, uma campanha para promover a utilização racional e consciente da energia elétrica, assim como estimular a redução do desperdício devideo a ineficiência de equipamentos, e lança o programa de Eficiência Energética “Ligado na Economia”. 
 
Santa paciência
Secretário-geral da Mesa da Câmara Federal de 12 Presidente, o sr. Mozart Vianna, em entrevista à “Veja”, cita Henrique Alves como um exemplo de paciência: “O ex-presidente Henrique Alves tinha muita paciência. Ponderava muito antes de cortar os microfones. Houve outros que chamavam os seguranças”.
 
Noivado rápido
O Presidente do DEM, José Agripino, reuniu-se com a cúpula do PTB, no Rio de Janeiro, esta semana, dando prosseguimento aos entendimentos para a fusão das duas siglas que resultará na quarta maior bancada do Congresso. O namoro está se transformando em noivado.

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