3 de agosto de 2014

Revista ‘Época’: Sesi paga salários a apadrinhados do PT

A Controladoria Geral da União (CGU) identificou irregularidades na contratação de funcionários e na criação de representação do Serviço Social da Indústria (Sesi), patrocinadas por líderes petistas, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação foi aberta a partir de denúncias de funcionários do Sesi de que apadrinhados de petistas recebem altos salários sem trabalhar. Entre os funcionários fantasmas identificados pelos técnicos da CGU estão Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente, e Márcia Regina Cunha, mulher do ex-deputado João Paulo Cunha, condenado no processo do mensalão. A reportagem foi veiculada pela revista Época desse fim de semana.

O teor da auditoria da CGU – órgão vinculado ao Palácio do Planalto, cuja missão principal é fiscalizar a aplicação do dinheiro público – foi publicado pela “Revista Época” desta semana. Os técnicos da CGU fizeram um trabalho meticuloso para levantar as irregularidades no Sesi – órgão do chamado Sistema S, bancado pelas indústrias para qualificar os trabalhadores do setor. A partir da indicação dos fantasmas, telefonaram em horários distintos a procura dos mesmos, foram aos escritórios do Sesi, vasculharam computadores e entrevistaram os colegas de trabalho.
A nora de Lula, que é casada com Sandro Luís Lula da Silva, foi contratada para trabalhar na representação do Conselho Nacional do Sesi, em São Bernardo do Campo, mas raramente aparece no local, conforme constatou a CGU. Ela tem salário de R$ 13.500 mensais, segundo Época. Quem também deveria trabalhar na representação é Rogério Aurélio Pimentel, ex-assessor de Lula no Planalto, demitido com a chegada da presidente Dilma Rousseff. Pimentel também pouco é visto na representação. Em outra auditoria, a CGU questionou a criação da representação em São Bernardo, onde Lula mora, e não em São Paulo.
Na sede do Sesi em Brasília, os técnicos da CGU tentaram localizar a mulher de João Paulo, mas ficaram sabendo que ela quase não aparece por lá, embora tenha sido contratada em 2003, com salário de R$ 22 mil por mês. Época encontrou Márcia cuidando da reforma da casa do casal em São Paulo. Ela disse à revista que pode fazer seu trabalho tanto em Brasília como em São Paulo. Outro caso apurado pela CGU foi do advogado e jornalista Douglas Martins de Souza, consultor jurídico do Sesi.
Presidido pelo ex-deputado Jair Meneguelli, desde o governo do ex-presidente Lula, o Sesi também emprega a sindicalista Sandra Cabral, amiga do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares. Ela tem um salário de R$ 36 mil por mês. Meneguelli também levou para o Sesi o petista Osvaldo Bargas, que foi seu companheiro na direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O salário de Bargas é de R$ 33 mil. Assessoria do Sesi disse à Época que os funcionários investigados pela CGU cumprem suas jornadas de trabalho normalmente e que os cargos são de livre provimento.

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