24 de outubro de 2011

COITADINHO ??? SERÁ?

Robinson Faria escolheu o papel de vítima no desembarque do governo Rosalba Ciarlini. Isto está claro para qualquer um. Ao dizer que foi humilhado, usado e descartado, o vice-governador desfila a dor da perda de influência na Assembleia Legislativa e dos cargos no governo dando uma de coitado e achando que o mundo terá pena dele. A estratégia é arriscada. O papel de coitadinho não cai bem em Robinson, um político ainda jovem, mas bastante experiente após seis mandatos de deputado estadual, quatro mandatos como presidente da Assembleia e agora de vice-governador. Custo acreditar que ele não sabia onde estava pisando, com quem estava se aliando e se juntando para disputar as eleições estaduais depois de ter sido enxotado da base do governo passado quando Wilma anunciou que o candidato a governador era Iberê Ferreira. Robison tentou ser o candidato de Wilma até o último instante, mas foi preterido pela ex-governadora. A briga foi feia. Todos acompanharam. Durou todo o período do segundo mandato de Wilma no governo. Não deu para ele. Deu Iberê. Restou a Robinson cair nos braços do Democratas como forma de dar o troco e desestabilizar a então candidatura governista. Até acredito que Robinson foi assediado pela cúpula Democrata, como ele agora faz questão de dizer. Mas Robinson só admitiu se aliar ao DEM depois que foi enxotado por Wilma de Faria e a turma do PSB. O papel de vítima que assume neste instante contrasta com o ar triunfante de Robinson Faria até poucos dias atrás. Quando o PSD pintava garboso no cenário político nacional, com mais de 40 deputados federais, senadores, governadores e vice-governadores, tirando quadros do DEM e de outras legendas, Robinson Faria adorava exibir-se como super-líder. Nas entrevistas a jornais e rádios, não escondia o poder de fogo. Robinson dizia que o PSD sob o comando dele nasceria forte com um vice-governador, um deputado federal, talvez um segundo (Paulo Wagner, do PV, foi sondado), mais de 50 prefeitos e uma forte bancada na Assembleia Legislativa. Lembro-me de uma entrevista dele ao deputado Agnelo Alves (PDT) numa das rádios da cidade. Agnelo, o repórter, perguntou a Robinson quantos deputados entrariam no PSD logo de cara. O vice-governador não se fez de rogado: - O PSD começa com seis deputados estaduais podendo chegar a oito. - Por quê não nove? - insinuou-se o astuto Agnelo Alves. Até a chave de roda do DEM, Robinson Faria de coitado não tinha nada. Era um político extremamente confiante no sucesso da legenda que estava abraçando e assim abrigando seu grupo político. Além de anunciar um superpartido, Robinson Faria não escondia de ninguém o desejo de disputar o Senado da República. Mais confiante, impossível. É por essas e outras que o papel de vítima não cai bem em Robinson Faria. O vice-governador foi com muita sede ao pote. Ao passar a ideia que controlava a Assembleia Legislativa presidida por Ricardo Motta e ao anunciar um superpartido no Rio Grande do Norte, Robinson Faria demonstrou que tinha poderes para emparedar o governo Rosalba Ciarlini quando bem entendesse. Qualquer governo. Este foi seu erro. Robinson subestimou a reação dos próprios aliados. O risco de um governo paralelo era real, como se estabeleceu nos tempos do governo Wilma de Faria em que Robinson reinava absoluto como presidente da Assembleia Legislativa. Robinson subestimou o líder do Democratas, senador José Agripino Maia! Ele achou que José Agripino, presidente nacional do Democratas, desidratado pelo novo PSD, ficaria passivo, quietinho, sem fazer nada, sem reagir contra a nova legenda dentro do seu terreiro, o Rio Grande do Norte. Por uma questão de honra, José Agripino Maia armou-se até os dentes para cortar as asas do vice-governador. Só sei que foi assim. Robinson Faria anunciou uma bomba atômica partidária no Rio Grande do Norte e saiu um peido de véia, aquela bombinha que criança solta no São João. Sem a influência na Assembleia Legislativa e sem os cargos no governo Rosalba Ciarlini, Robinson Faria virou um general sem exércitos. Virou um líder pequeno do jeitinho que a cúpula do Democratas deseja! Vendo-o assim, reduzido, sem instrumentos políticos, sem cargos no governo, alguém poderá dizer: - Coitado de Robinson Faria!

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